Macário Correia culpa Governo...
Demissão em bloco nos serviços de Urgência do Hospital de Faro gera polémica.
O presidente da Grande Área Metropolitana do Algarve (AMAL) culpou hoje o Governo por contribuir para o agravamento da situação que levou à demissão de 19 chefes de equipa do serviço de Urgências do Hospital de Faro.
Em declarações à Lusa, Macário Correia, defendeu que o recente encerramento de um conjunto de Serviços de Atendimento Permanente (SAP) em várias cidades algarvias agravou uma situação que já era "crítica" nas Urgências daquela unidade.
A carta de demissão de 19 chefes de equipa das Urgências do Hospital de Faro (HDF) foi tornada pública sexta-feira em conferência de imprensa com o bastonário da Ordem dos Médicos, que considerou haver "risco efectivo" para os utentes que têm que recorrer àquele serviço.
Macário Correia defende a manutenção do funcionamento dos SAP nas cidades para os casos clínicos mais simples, tal como funcionava antes, em vez de se concentrar tudo nas Urgências do Hospital.
"A decisão que o governo tomou é má porque vai complicar o funcionamento dos sistemas de saúde em toda a região e agravar a situação do Hospital de Faro porque concentra tudo no mesmo sítio", defendeu.
Macário Correia diz mesmo que a solução encontrada pelo Ministério da Saúde para reestruturar os serviços é "penalizadora do interesse público" e afirma que a atitude dos médicos demissionários é o reflexo da medida que conduziu ao encerramento de vários SAP.
Por seu turno, o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve desdramatiza a situação e diz que a atitude dos 19 chefes de equipa foi "desajustada" e devia ter sido resolvida internamente.
Em declarações aos jornalistas proferidas hoje, Rui Lourenço reconhece que o Hospital de Faro tem problemas, mas nega que haja riscos para os utentes que recorrem ao serviço de Urgências.
"Não entendo esta carta no sentido público do termo, não melhora a situação do Hospital de Faro e vem antes piorá-la", afirmou, apontando os médicos demissionários, por exercerem funções de chefia, como os agentes que poderiam operar uma mudança na situação actual.
"Eles próprios têm na mão a possibilidade de mudar as condições do Hospital Distrital de Faro", disse, acrescentando que, fisicamente e em termos de ampliação do espaço, não será possível fazer muito mais no serviço de Urgências da unidade.
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