O Senhor-do-Aço!
Quem diz peixes, diz cavalos-marinhos, corais, algas, um mundo onde o aço se transforma e ganha vida, no trabalho do escultor Rui Silva.
Artesão ou escultor? Num antigo armazém de conservas, próximo da marginal de Olhão, a poder de fogo sob o aço, nascem peças delicadas, todavia cheias de força e… muito pesadas.
Rui Silva hesita, na altura de rotular o seu estatuto, de artesão ou escultor acaba por dizer: “Aquilo que sai das minhas mãos, ninguém consegue criar igual”.
Ficamos então entendidos: trata-se de arte, embora nasça de um trabalho onde o maçarico substitui o pincel, e a chapa de aço é a tela onde se inscrevem as formas caprichosas da imaginação deste moçambicano radicado no Algarve.
Rui Silva nasceu em Moçambique a 21 de Maio de 1951 e viveu durante muitos anos no Zimbabué, África do Sul e Brasil.
Enquanto viveu e trabalhou nesses países, os seus hobbies incluíam a pintura a óleo, pastel e carvão, entre outras formas de arte.
Com a mudança para a cidade algarvia, passou a desenvolver várias técnicas de escultura e trabalho em vários tipos de metal.
Cardumes de atum exibindo brilho azul profundo, como se tivessem acabado de sair das águas do Atlântico, ou exóticos cavalos-marinhos “ o símbolo da sorte” podem ser colocados onde melhor os gostarmos de ver.
São obras que Rui Silva procura “adaptar à maneira de ser “ de quem as vai adquirir, porque o mundo marinho é um manancial de inspiração e há peixes de todos os formatos e feitios.
A arte de reciclar
Não se esgota a criatividade no recriar do ambiente marinho. Fiel ao lema “nada se perde, tudo se transforma” Rui Silva cria peças exóticas reaproveitando ferramentas, porcas, tubos, um sem número de objectos, para criar peças.
O alicate, já gasto, vai transformar-se na cabeça da tartaruga, e nem imaginam o que utilizou para as pernas de uma aranha gigante, em que os olhos são escovas de aço desgastadas ou de uma abelha de asas “vaporosas”, feitas a partir de filtros de ar.
Uma coisa é certa: Nenhum dos seus trabalhos se repete, todos e cada um, trabalhados ao sabor da imaginação e com o saber de quem faz do aço arte.
As suas peças voam, literalmente, para muitas partes de mundo, pois já enviou cavalos-marinhos para a Alemanha, e até uma soberba osga para a Suécia, além dos cardumes mediterrânicos de coloridos peixes, que ficaram a navegar serenamente numa parede da Finlândia.
Dê uma espreitadela nas fotos que na sua galeria virtual disponível na internet.
(in Observatório do Algarve)
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