O Navio Amistad, uma representação do original onde um grupo de escravos africanos se revoltou em 1839, está em Lisboa até ao dia 21 de Outubro.
O público pode visitar o navio e ficar a conhecer um pouco mais de história. É possível saber, por exemplo, que os escravos que se revoltaram, foram levados da África Ocidental por um navio português, o Tecora.
O navio português rumou a Cuba com os 53 africanos agrilhoados no porão. Em Havana, foram fraudulentamente classificados como escravos nativos de Cuba e comprados pelos espanhóis José Ruiz e Pedro Montez.
A bordo da escuna Amistad, a original, os 53 escravos foram levados para outra parte da ilha. Mas, ao terceiro dia de viagem, Sengbe Pieh, um agricultor de 25 anos, liderou a revolta e os africanos acabaram por tomar conta da embarcação.
Detidos novamente e julgados, os africanos contaram com o apoio do presidente John Quincy Adams que os defendeu perante o Supremo Tribunal dos Estados Unidos, conseguindo a sua libertação.
O Amistad dos dias modernos vai fazer uma viagem de 18 meses de forma a refazer o triângulo da indústria esclavagista parando em 20 dos portos que desempenharam um papel significativo no comércio de escravos e reflectem actualmente o carácter social, político e cultural resultante da diáspora africana criado pelo dito comércio.
Em cada uma das cinco etapas desta viagem, haverá dez estudantes de universidades situadas em redor da bacia atlântica, a participar num programa académico certificado que inclui estudos marítimos e ambientais.
A tripulação e os estudantes a bordo transmitem, ao longo do percurso, textos, imagens e vídeos da escuna para as salas de aula das universidades e para os museus que participam na acção.
A passagem do Amsitad por Lisboa é apoiada pela Embaixada dos Estados Unidos e por várias associações luso-americanas, entre as quais a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, onde decorrerá uma conferência durante o dia 16 de Outubro.
Esta iniciativa visa promover a Luta pelos Direitos Humanos. Uma tarefa difícil, mesmo nos dias de hoje, 200 anos depois da abolição da escravatura. Tudo para que não se apague da memória e se mantenha a luz da esperança na liberdade individual.
http://videos.sapo.pt/WZSl3nf2dl0PjUWN538E
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