Maternidades: 362 grávidas portuguesas já deram à luz em Badajoz (Espanha)...
Um total de 362 mulheres alentejanas deram à luz no Hospital Materno Infantil de Badajoz (Espanha) desde Junho de 2006 e até 22 de Outubro deste ano, revelou hoje à agência Lusa o responsável da unidade hospitalar.
"São 362 partos no espaço de cerca de um ano e quatro meses, o que está dentro do que eram as expectativas. Até está um pouco abaixo das previsões, que eram mais um parto por dia no hospital", disse Marcelino Borrallo Moreno.
O director médico do Hospital Materno Infantil de Badajoz falava à Lusa na cidade espanhola de Badajoz, à margem do curso "Saúde sem Fronteiras", que termina hoje.
O curso, que começou quinta-feira, esteve integrado no encontro "Ágora - O Debate Peninsular" e abordou vários temas relacionados com a cooperação transfronteiriça na área sanitária entre Espanha e Portugal.
A região portuguesa do Alentejo e a Extremadura espanhola são duas das regiões dos dois países que têm desenvolvido, desde 2002, um conjunto de projectos comuns em termos de saúde.
A assistência às grávidas de Elvas e Campo Maior no Materno Infantil de Badajoz, depois da sala de partos do Hospital de Elvas ter encerrado, em Junho do ano passado, é uma dessas parcerias.
De acordo com Marcelino Borrallo Moreno, dos 362 partos, 198 aconteceram já este ano e os restantes 164 verificaram-se em 2006.
"Tivemos 279 partos vaginais e 73 cesarianas", acrescentou, revelando ainda que, até 22 de Outubro deste ano, tinham sido atendidas 1099 mulheres alentejanas nas urgências hospitalares, entre grávidas e mulheres que já tinham dado à luz.
"O programa tem corrido muito bem e, relativamente ao temor que existia no começo de que as mulheres espanholas poderiam ter menos atenção, nada disso aconteceu, não houve qualquer distorção do habitual funcionamento do hospital", acentuou.
Em declarações à Lusa, também a presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, Rosa Matos, assegurou que a inclusão do hospital de Badajoz na lista de três hipóteses (com Évora e Portalegre) para os partos das mulheres de Elvas e Campo Maior foi uma "boa decisão", cujos encargos financeiros são suportados pelo Ministério da Saúde.
"A maior parte das mulheres, na sua tomada de decisão, querem ir para Badajoz. Só um número reduzido é que vão a Portalegre e a Évora", disse Rosa Matos, que também foi uma das oradoras do curso do "Ágora".
No que respeita à cooperação transfronteiriça, financiada pelo programa comunitário INTERREG, o Alentejo e a Extremadura estão unidos em cerca de uma dezena de parcerias.
Esses projectos envolvem a prestação de cuidados de um lado e de outro da fronteira para suplantar carências, aquisição de equipamentos que ficam disponíveis para ambas as regiões, investigação médica e formação.
"Esta cooperação tem tido um impacto muito positivo junto dos profissionais das duas regiões, permite a troca de experiências e possibilita melhorias na prestação de cuidados de saúde às populações", frisou Rosa Matos.
De entre os vários exemplos destaca-se a aquisição do PET, um equipamento de tomografia, instalado no Hospital Infanta Cristina, de Badajoz, que pertence às duas regiões.
"O objectivo é favorecer o acesso da população do Alentejo e da Extremadura às tecnologias de diagnóstico com radionúclidos, ou seja, permitindo exames, num equipamento de alta definição, a doentes muito específicos na área da oncologia", realçou Rosa de Matos.
Desde o segundo semestre do ano passado, já foram efectuados "cerca de 40 exames a pacientes alentejanos", disse, enumerando outras parcerias, como a formação em oncologia médica e em cuidados paliativos, entre outros.
Para este novo período de fundos comunitários, até 2013, o objectivo das duas regiões é estender a cooperação, não só às zonas fronteiriças, mas à totalidade do território que compreendem e fazer com que os investimentos sejam "cada vez mais partilhados", centrando-os também nos hospitais alentejanos.
NOTA - pois, pois...!
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