sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Fátima - fisico refuta hipótese de aproximação do Sol...



Fátima: Físico refuta hipótese de aproximação do Sol


O professor jubilado de Física José Ferreira da Silva refutou hoje a hipótese de o Sol se ter aproximado da Terra em 13 de Outubro de 1917, conforme relataram testemunhas dos fenómenos da última aparição de Fátima aos pastorinhos.


«Se realmente tivesse sido o Sol, ficava tudo queimado», disse à agência Lusa Ferreira da Silva, que profere sábado no Porto uma palestra sobre os «90 anos do milagre do Sol», promovida pela historiadora Fina d´Armada.
O antigo professor catedrático de Física da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto sublinhou que ainda não há uma explicação científica cabal para os fenómenos ocorridos em 1917.
«Não é uma questão fácil, é uma questão intrincada. É um fenómeno multifacetado. Há tentativas de explicação científica, mas a explicação científica não é cabal», afirmou Ferreira da Silva.
O físico salientou que, pela leitura que fez de um dos livros sobre este tema escritos por Fina d´Armada e Joaquim Fernandes, «os dados não são controláveis», porque há testemunhas directas e «em segunda mão» que relatam ter visto o Sol a «bailar» e a descer «em ziguezague».
«A primeira perspectiva científica é que não terá sido o Sol que se terá movido. Se realmente houvesse uma aproximação do Sol, seria um desastre. Não estaríamos aqui», afirmou, sublinhando que teria de ter havido maremotos e outros efeitos meteorológicos em todo o planeta.
Ferreira da Silva destacou que a própria Igreja Católica admite que «há ali uma parte subjectiva, psicológica», como interpretou o actual Papa Bento XVI, Cardeal Ratzinger, quando era perfeito da Congregação para a Doutrina da Fé.
O físico salientou que a maior parte das 50 a 70 mil pessoas que se concentraram em Fátima, em 13 de Outubro de 1917, não viu o chamado «milagre do Sol».
«O jornalista d´O Século diz que viu um disco que parecia de prata fosca. Ora, o Sol nunca poderia assumir essa cor«, realçou Ferreira da Silva, lembrando que o fenómeno ocorreu depois de «uma manhã em que choveu copiosamente».
Fina d´Armada disse à Lusa que, na sua perspectiva, o fenómeno de 13 de Outubro «era um milagre anunciado», porque «já se vendiam pagelas sobre as aparições».
«Foi um ateu que lhe deu o nome [Milagre do Sol]. O chefe de redacção d´O Século (Avelino de Almeida), publicou dois dias depois na primeira página o título Como o Sol bailou em Fátima», disse a historiadora.
Fina d´Armada referiu que convidou o ex-presidente da Câmara de Matosinhos Narciso Miranda para moderar o debate de sábado, por precisar de alguém «com experiência para dominar uma assembleia que se adivinha difícil».
A historiadora reconheceu que o tema suscita muita controvérsia, pelo que, apesar de reservado a convidados (cerca de 70), o jantar-debate poderá conduzir a acesas discussões.
Após o jantar, será exibida uma apresentação multimédia com desenhos e pinturas sobre este fenómeno, baseados em descrições de testemunhas de 1917, da autoria de 13 artistas.

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