quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Morreu Benazir Bhutto!


Morreu Benazir Bhutto antiga primeira-ministra paquistanesa vítima de atentado suicida

Ex-primeira-ministra do Paquistão, Benazir Bhutto
, morreu hoje na sequência dos ferimentos que sofreu num atentado suicida na cidade de Rawalpindi. A líder da oposição paquistanesa foi ainda hospitalizada em estado grave mas acabou por não resistir aos ferimentos. O ataque suicida ocorreu numa encontro político de apoio a Benazir Buttho e fez pelo menos 20 mortos.

De acordo com a estação de televisão britânica Sky News, Benazir Bhutto foi baleada no peito e no pescoço já depois da explosão, no momento em que fugia do local do atentado e se dirigia para a sua viatura. O porta-voz do Ministério do Interior paquistanês, Javed Cheema, confirmou a morte de Benazir Bhutto e tinha anteriormente dado a indicação de que a explosão registada no comício de apoio à ex-primeira-ministra tinha sido provocada por bombista suicida. O ataque acontece a duas semanas da realização das eleições legislativas e teve como alvo a ex-primeira-ministra paquistanesa e candidata ao escrutínio. Benazir Bhutto era considerada uma das principais líderes da oposição ao presidente Pervez Musharraf.
Há apenas dois meses e precisamente quando regressou ao seu país após quase nove anos de exílio, a comitiva onde seguia sofreu um violento atentado que causou mais de uma centena de mortos.

Nascida em 1953 na província de Sindh, no seio de uma família abastada, Benazir é educada em Harvard e em Oxford, no Reino Unido, onde estuda Ciências Políticas e Filosofia. Inicialmente relutante em iniciar-se na política, ganha credibilidade com o apelido Bhutto. A família Bhutto é uma das dinastias políticas mais conhecidas do Mundo, tal quanto a Nehru-Gandhi, na Índia. Em 1973, o país é convertido em República Federal e Zulfikar Alí Bhutto, pai de Benazir, é nomeado primeiro-ministro – o primeiro do país. É um dos poucos líderes que, desde a independência em 1947, gere os destinos da nação sem o cunho do poder militar. É, porém, destituído quatro anos depois pelo general Mohammad Zía ul-Haq, que islamiza o país e impõe fortes medias repressoras. Em 1979, Zulfikar Alí Bhutto é executado. Toda a família é detida. Benazir passa os cinco anos seguintes numa cela solitária, no deserto.
A mais velha de quatro irmãos, Benazir reunira em si as expectativas paternas de seguir uma carreira política. Ainda detida, em 1984 uma infecção no ouvido vale-lhe a autorização para deslocar-se a Londres. Aí se exila e inicia a luta anti-general Zía até 86, quando regressa ao Paquistão. O país recebe-a de “braços abertos”, aclamando-a e tornando-a no símbolo da luta “anti-Zía”. Desde então, Benazir vive fora do país, exilada no Dubai, sempre com a sombra das acusações de corrupção e lavagem de dinheiro. Sharif volta ao poder com a vitória eleitoral da Liga Muçulmana do Paquistão. É derrocado com um golpe de Estado pelo chefe do Exército, o general Pervez Musharraf, que se autoproclama Presidente em 2001.
No ano seguinte, um referendo – qualificado de farsa pela oposição – legitima-o no cargo. Exilada, Benazir visita regularmente as capitais ocidentais, para encontros com governantes e conferências em universidades. A 18 de Outubro, chega a Carachi com promessas de devolver ao país a democracia, apostada num acordo de partilha de poder com o Presidente. Muitos falam, porém, numa trama para ganhar imunidade nos tribunais, em troca de apoio político a Musharraf.


Benazir Bhutto (1953-)primeira mulher a ocupar um cargo de chefe de estado de um estado muçulmano moderno, como primeira-ministra do Paquistão. Benazir Bhutto estudou nos Estados Unidos e ingressou na Universidade de Oxford, na Inglaterra. Filha do primeiro-ministro Zulfikar Ali Bhuto (1971-1977), ela voltou ao Paquistão em 1977, quando o general Muhammad Zia Ul-Haq aplicou um golpe de estado e depôs seu pai, executado em 1979. Bhutto assumiu, ao lado da mãe, a liderança do Partido Popular do Paquistão.

Benazir Bhutto foi presa e, depois de libertada em 1984, foi para o exílio na Grã-Bretanha, onde permaneceu até o fim da lei marcial no Paquistão e a legalização dos partidos políticos, ocorridos dois anos mais tarde.

Em 1988, Zia foi morto em um acidente de avião, depois de anunciar a realização de eleições. No mesmo ano, como primeira-ministra do Paquistão, Bhutto tornou-se a primeira mulher a ocupar o cargo em um estado muçulmano. Mas, em 1990, o presidente Ghulam Ishaq Khan a demitiu, sob a acusação de incompetência e corrupção. Seu partido foi derrotado nas eleições e Bhutto passou a fazer oposição no parlamento. Em 1993, Bhutto foi novamente eleita primeira-ministra.

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