quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Está ai o Lisboa/Dakar 2008!


DESAFIO PARA 27 EQUIPAS PORTUGUESAS...

Desde o quad Yamaha YFM 700 R de João Nazareth, a quem coube ser o primeiro a arrancar frente ao Mosteiro dos Jerónimos, até ao camião MAN de Elisabete Jacinto, são 27 as equipas portuguesas que desde este sábado enfrentam o enorme desafio que representa participar no Rali Euromilhões Lisboa-Dakar.
Objectivo comum a todas as equipas é, sem dúvida, chegar a Dakar mas, de resto, quase que se pode dizer que cada uma tem a sua perspectiva. Por exemplo, enquanto Carlos Sousa, que alinha pela décima primeira vez na prova, parte na perseguição de um lugar no pódio, procurando assim superar de novo os melhores resultados que já rubricou em edições anteriores – foi duas vezes o quarto classificado – para António Sousa, um dos sete portugueses que fazem este ano a sua estreia no Rali Euromilhões Lisboa-Dakar, “o resultado não interessa, pois o que importa é viver uma boa experiência e superar cada dia as dificuldades que forem surgindo, reservando sempre alguma energia para o dia seguinte”.
O contraste entre Carlos e António Sousa, cujo apelido comum é mera coincidência, não pode ser maior: o ex-Campeão do Mundo de Todo-o-Terreno dispõe de um dos veículos mais competitivos da caravana – o Volkswagen Race Touareg 2 cedido pela formação oficial da marca alemã ao Team Lagos – mas para António Sousa tentar chegar a Dakar “basta um Land Rover Defender 110 Td5 praticamente de série, cuja preparação está limitada ao essencial e aos equipamentos obrigatórios”.
Por outra perspectiva ainda, o desafio assumido por Francisco Inocêncio é múltiplo, ou não acumule o papel de piloto do Mitsubishi Pajero Di-D que exibe nas portas o número 395, com a responsabilidade de dirigir o Red Line Off-Road Team,”a maior equipa portuguesa alguma vez presente nesta prova”, contando com três automóveis e um camião em competição, a que se juntam mais dois camiões para assistência e um jipe para transporte de mecânicos.
“Ao todo, somos 19 elementos. Só não temos cozinheiro, nem massagista”, refere. Diversa é também a forma como os “motards” encaram a prova, nem que seja pelo facto de irem sozinhos, tendo de conduzir e navegar ao mesmo tempo.
“Conduzir depressa ao mesmo tempo que se lê o road-book e se consulta as indicações do GPS exige uma grande habituação”, reconhece Carlos Ala, um veterano das motos que participa pela terceira vez. Ricardo Leal dos Santos, que em 2005 foi consagrado Campeão do Mundo de Todo-o-Terreno em quads, concorda com Ala, mas embora agora já corra de jipe, alinhando pela terceira vez com um Mitsubishi Pajero, o piloto habituou-se tanto a andar sozinho e a ter de assegurar por si próprio todas as tarefas que “já não consigo encarar a prova de outra forma”; por outras palavras, embora possa ter a companhia e o apoio de um navegador, Leal dos Santos segue só, preenchendo o espaço do banco do lado com “um frigorifico e uma máquina de café, para gozar de alguns mimos durante o percurso e vencer a solidão”.

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