sábado, 12 de janeiro de 2008

Sta. Maria (Açores) na rede de estações ESTRACK!











Reforçando a capacidade: A estação de Santa Maria junta-se à ESTRACK


Uma nova estação irá fazer parte da rede de estações de rastreio da ESA no dia 17 de Janeiro de 2008.


Situada na ilha portuguesa de Santa Maria nos Açores, a estação irá fazer o rastreio de lançamentos a partir do porto espacial europeu em Kourou na Guiana Francesa. A estação encontra-se na trajectória dos lançadores que na altura em que passam sobre Santa Maria viajam a uma velocidade de ca. 28.000 quilómetros por hora.

A estação de Santa Maria será uma das primeiras estações da rede de estações ESTRACK com a capacidade de fazer rastreio de lançadores. A estação pode ser usada para fazer o rastreio de trajectórias de lançamentos Ariane de meia-inclinação e será também capaz de fazer o rastreio de lançadores Vega e Soyuz, que serão lançados em breve a partir do Porto Espacial da ESA em Kourou, na Guiana Francesa, assim como de missões de observação da Terra já em curso, incluindo os satélites ERS-2 e ENVISAT da ESA e o satélite Radarsat do Canadá, entre outros.

"Adicionar a estação de Santa Maria à nossa rede fornece uma capacidade crítica para fazer o rastreio de lançamentos do ATV com o lançador Ariane, assim como de outros lançamentos a partir de Kourou, e abre também novas possibilidades para serviços baseados na recepção de dados de observação da Terra," afirmou Gerhard Billig, o Service Manager da estação de Santa Maria, que trabalha no directorado de Operações da ESA.

A rede global de estações de rastreio da ESA, ESTRACK, irá crescer em número de oito para nove estações com a inauguração formal de Santa Maria no próximo dia 17 de Janeiro.

Perfil da estação

A região de rastreio da estação de Santa Maria cobre uma grande porção do oceano Atlântico.

A estação encontra-se situada a cerca de 200 metros de elevação no topo do Monte das Flores. A ilha de Santa Maria situa-se no extremo sudeste do arquipélago dos Açores, que se situa a cerca de 1500 km de Lisboa.

A estação consiste numa antena com um reflector parabólico com 5.5 metros de diâmetro instalada numa plataforma de cimento; a estação inclui equipamento de telecomunicações, um sistema de fornecimento de energia eléctrica de emergência, protecção anti-raios e infra-estruturas de suporte.

Para efectuar o rastreio de lançadores Ariane 5, a estação irá receber sinais em banda S, a 2200-2300 MHz. A antena está também preparada para receber sinais na banda X, usados para receber dados dos satélites de observação da Terra, sendo apenas necessário instalar num futuro próximo algum equipamento suplementar.



Seguindo o Ariane

O primeiro lançamento que será seguido a partir de Santa Maria terá lugar no início de 2008, quando o primeiro ATV (Automated Transfer Vehicle), baptizado Jules Verne, destinado a reabastecer a Estação Espacial Internacional (ISS), for lançado a partir do poO voo do ATV a bordo do Ariane 5 durará cerca de 160 minutos, consistindo em cinco fases consecutivas:

A primeira fase de propulsão, sobre o Atlântico Norte, de Kourou para os Açores

A primeira fase balística, sobre a Europa, Ásia Central e Oriental, e depois a Indonésia

A segunda fase de propulsão, sobre a Austrália e a nova Zelândia para conseguir atingir uma órbita circular antes da separação do ATV

A segunda fase balística, que dura uma órbita completa em torno da Terra

A terceira fase de propulsão, para o Norte da Austrália, para colocar fora de órbita o último estádio do lançador

Esta trajectória particular tornou necessário o estabelecimento de uma rede específica de estações de rastreio terrestres, permitindo deste modo a recepção de dados em tempo real durante todas as fases e os eventos críticos do voo. A estação de Santa Maria é a primeira estação da ESA que é capaz de seguir os lançadores durante todas as fases de propulsão.rto espacial europeu na Guiana Francesa a bordo do lançador Ariane 5.

A rede global de estações terrestres do Ariane é gerida pela equipa operacional do CNES no Centro Espacial da Guiana.

Esta rede inclui a estação da ESA em Kourou, na Guiana Francesa, a estação naval Ariane, a estação de Santa Maria, a estação australiana de Adelaide, a estação móvel instalada em Awarua, na Nova Zelândia, e a estação de Dongara na Austrália.

A estação de Santa Maria irá receber sinais do Ariane durante a sua primeira órbita até ao corte do sistema de propulsão do último estádio, e depois na segunda órbita da fase balística, depois da separação do ATV e antes do impulso para colocar o terceiro estádio fora de órbita. O Ariane irá passar sobre a estação de Santa Maria a cerca de 28000 quilómetros por hora.



As operações de rastreio planeadas para Santa Maria

Num futuro próximo, a estação de rastreio de Santa Maria será usada para receber telemetrias dos lançadores durante os lançamentos dos satélites de posicionamento global Galileo planeados com os lançadores Ariane ou Soyuz.
Os serviços de rastreio da estação de Santa Maria poderão também fornecer suporte ao projecto CleanSeaNet da Agência Europeia de Segurança Marítima (EMSA), que fornece detecção de derrames de petróleo por satélite, e ao projecto MARISS (MARitime Security Service), que faz parte do programa da União Europeia GMES (Global Monitoring for Environment and Security) suportado pela ESA.

Para estas actividades, a antena da estação de Santa Maria será preparada para receber em banda X (8025-8400 MHz).



Sobre a estação de Santa Maria

A estação de Santa Maria foi desenvolvida dentro do programa de desenvolvimento do Ariane - Ariane Development Programme (ACEP) – com gestão técnica a cargo do directorado de Operações da ESA. A estação representa a primeira deste tipo de colaboração entre as equipas de Lançadores e de Operações, que irá continuar com a actualização da estação ESTRACK em Perth, na Austrália, para lhe permitir ter uma capacidade de rastreio de lançadores semelhante a Santa Maria.

A estação foi instalada no Monte das Flores em Santa Maria de acordo com um acordo entre a ESA e as autoridades portuguesas e é operada localmente sob contrato com um consórcio que compreende os parceiros industriais portugueses e açorianos EDISOFT/SEGMA/GlobalEDA.

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