Terrorismo:
Portugal é país de trânsito devido à proximidade com Espanha e Norte de África - Obs. Segurança
O vice-presidente do Observatório de Segurança, Crime Organizado e Terrorismo disse hoje que Portugal não é alvo dos ataques terroristas, mas sim um país de trânsito devido à proximidade com Espanha e o Norte de África.
O vice-presidente do Observatório de Segurança, Crime Organizado e Terrorismo disse hoje que Portugal não é alvo dos ataques terroristas, mas sim um país de trânsito devido à proximidade com Espanha e o Norte de África.
"Não devemos entrar em pânico, nem ter medo, mas realmente Portugal - devido à proximidade com Espanha e Norte de África - deve ter em conta as ameaças", uma vez que "somos um ponto de movimentação", afirmou à Agência Lusa José Manuel Anes, ex-director do Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária.
O actual vice-presidente do Observatório da Segurança adiantou que Portugal "é um local perigoso de trânsito de apoio" para falsificação de documentos, descanso e movimentos financeiros.
José Manuel Anes realçou ainda que os terroristas quando se sentem vigiados em outros países europeus, encontram em Portugal "um bom local".
Isto porque - segundo o estudioso em terrorismo religioso - "Portugal é menos vigiado que Espanha, Argélia e França".
Referiu que os terroristas entram no país via aérea e terrestre, mas há indicações que dentro da Europa as deslocações sejam essencialmente feita por carro devido à rota que está referenciada entre Londres e outras capitais europeias.
Apesar de Portugal não ser alvo, José Manuel Anes considerou que as ameaças devem ser levadas a sério, devendo trocar informações com os outros países.
Para o vice-presidente do Observatório da Segurança, Espanha e Norte de África sofreram grandes mudanças e tornaram-se perigosos, sobretudo no último ano.
Como exemplo, referiu que no Norte de África se assiste a um aumento dos ataques terroristas por parte da Al-Qaeda e em Espanha aumentam as células oriundas do Magrebe.
O responsável salientou que centenas de milhares de imigrantes paquistaneses estão na Catalunha, apesar de a comunidade não ser problema, tendo em conta que os terroristas já estão referenciados.
Adiantou que o Observatório de Segurança tem informações de que "já estão referenciados em Barcelona elementos operacionais que lutam pela independência de Caxemira".
"Na nossa vizinhança aumentaram os perigos" disse, admitindo que "a situação não vai melhorar a curto prazo".
Sobre a acção do Gabinete Coordenador de Segurança, após Portugal ter sido alertado pelos serviços secretos espanhóis para o risco de atentados terroristas durante a passagem pela Europa do presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, Anes referiu que foram tomadas "as medidas correctas", destacando o facto de terem sido activados um conjunto de entidades.
Na sequência do alerta foi reforçada a vigilância nos aeroportos e fronteiras.
"É fundamental começar a exercitar esta prevenção caso seja necessário", sublinhou.
Sobre os Tabligh Jamaat, grupo a pretexto do qual terão entrado em Portugal dois alegados terroristas paquistaneses, José Anes disse que "não são radicais", nem "terroristas", tendo em conta que "rejeitam a violência".
No entanto, há várias infiltrações de elementos terroristas nos Tabligh Jamaat, sublinhou, acrescentando que "entre os muçulmanos são os mais fundamentalistas e há radicais que parasitam esta organização para encontrar apoios".
Os Tabligh Jamaat estão estabelecidos em Portugal desde 1979.
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