domingo, 17 de fevereiro de 2008

Kosovo: ... Moscovo também deve apostar na "força militar dura"!


Kosovo:
Representante russo junto da NATO diz que Moscovo também deve apostar na "força militar dura"...

O representante permanente da Rússia junto da NATO, Dmitri Rogozin, defendeu hoje que Moscovo deve apostar na "força militar dura" para defender os seus interesses no caso de regiões que declarem unilateralmente a independência como aconteceu com o Kosovo.

"Entrámos no século XXI, numa situação em que foram destruídas todas as regras da boa educação, que antes existiam entre Estados. A Rússia deve compreender que se deve apoiar não só no seu prestígio económico e moral, mas também na força militar dura quando se trata dos seus interesses nacionais", declarou Rogozin à rádio Eco de Moscovo.

Segundo Rogozin, "isto significa apenas uma coisa: o direito da força armada dura está acima do Direito Internacional. Qualquer Estado irá apostar na força e não em prestígio moral e cultural".

"O caso do Kosovo não é único. É um exemplo para as repúblicas não reconhecidas agirem de forma análoga. Se permitimos isso num caso, ninguém nos vai perguntar nos outros. Agora, qualquer grupo étnico irá tentar conquistar para si a possibilidade de formar o seu próprio Estado", frisou Rogozin, antigo deputado nacionalista.

A Abkhazia e a Ossétia do Sul, duas regiões separatistas da Geórgia, anunciaram hoje, na sequência da proclamação unilateral da independência do Kosovo, que vão pedir à Rússia e à ONU o reconhecimento da sua independência.

"A situação no Kosovo constitui um precedente. Não se pode falar de um caso único. A Abkhazia solicitará em breve ao Parlamento da Rússia e ao Conselho de Segurança da ONU o reconhecimento da sua independência", declarou o "presidente" deste território pró-russo, Sergei Bagapch, citado pela agência Interfax.

"O que o Kosovo fez hoje já ocorreu na Abkhazia e na Ossétia do Sul há sete anos", afirmou por seu lado o "presidente" da Ossétia do Sul, Eduard Kokoity, citado pela Interfax, anunciando também que faria as mesmas diligências que a Abkhazia.

Serguei Bagapch e Vladimir Kokoita deverão chegar segunda-feira a Moscovo para uma reunião ao mais alto nível com dirigentes russos.

Fontes diplomáticas contactadas pela Lusa em Moscovo não excluem a possibilidade de o Kremlin poder, já na segunda-feira, manifestar publicamente o seu apoio às duas regiões separatistas da Geórgia.

"A Rússia preveniu reiteiradas vezes que o Kosovo irá ser um precedente e tomou medidas para legitimar a anexação desses territórios, nomeadamente ao conceder a cidadania russa à esmagadora maioria dessas duas regiões", declarou uma das fontes.

Também Vladimir Ovtchinski, antigo chefe do gabinete da Interpol na Rússia, previu hoje "fortes cataclismos no mundo", com a declaração unilateral de independência do Kosovo.

"Ao poder chegaram agora pessoas que dirigiram o chamado Exército do Kosovo, que, no fundo, era constituído por grupos de bandidos.
A Europa não pode esperar nada de bom do pseudo-Estado que se forma no território do Kosovo. Se no poder estão pessoas que tiveram a sua vida ligada a actividade criminosa, eles irão viver segundo as leis dessa actividade", sublinhou Ovtchinski.

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