Timor-Leste: Tropas e polícias australianos a caminho, fragata chega terça-feira ao porto de Dili
Os 120 militares e 70 polícias australianos enviados de emergência para Díli já partiram da cidade australiana, devendo chegar a Díli, em três aviões C-130, terça-feira, confirmou o ministro da Defesa australiano.
Joel Fitzgibbon disse à rádio pública ABC, em Sidnei, que além das tropas está também a caminho a fragata HMAS Perth que ficará no porto de Díli como "mensagem clara" para quem possa querer destabilizar a situação no terreno.
"A situação está calma mas a experiência histórica demonstra que os efeitos de casos como este em Timor-Leste se sentem um pouco mais tarde", disse.
"A decisão de posicionar tantos efectivos no terreno é de deixar uma mensagem clara aos rebeldes ou a qualquer outro que possa estar a pensar mudar essa situação calma, de que estamos muito apostados em manter a calma e de que tomaremos qualquer medida para garantir isso", afirmou.
O envio das tropas, polícias e da fragata é, segundo Fitzgibbon, um "sinal sério" de que Camberra está empenhada em "ajudar a manter a lei e a ordem", demonstrando a eventuais elementos problemáticos que "há uma força significativa no terreno".
Questionado sobre se com mais um reforço de tropas e polícias a Austrália era agora "a lei" em Timor-Leste, Fitzgibbon insistiu que "o governo timorense é soberano" e que Camberra apoia "os esforços de consolidar a democracia", estando preparada, através do espaço internacional, "para ajudar rapidamente se esse apoio for pedido".
Recorde-se que as autoridades timorenses solicitaram a Camberra o envio de um reforço de militares, tendo o primeiro-ministro australiano Kevin Rudd confirmado uma resposta favorável a esse pedido, poucas horas depois.
Sobre o futuro no terreno, Joel Fitzgibbon manifestou-se esperançado que os apoiantes de Alfredo Reinado - morto no ataque á casa do presidente timroense José Ramos-Horta, que foi baleado - "percebam que estão sem líder e que o jogo está perdido, entregando-se".
"Espero que o sentido comum prevaleça mas não podemos garantir isso e daí o reforço de tropas, para qualquer eventualidade", afirmou.
Joel Fitzgibbon escusou-se a avançar detalhes operativos sobre as funções dos efectivos adicionais, limitando-se a afirmar que a força em Timor-Leste é "bem treinada, flexível e com meios", estando "preparada para fazer o que for pedido pelo governo soberano e o que seja necessário para manter a lei e a ordem".
"Estamos determinados a fazer o que seja necessário para garantir que a democracia prevalece, que o governo soberano está sólido e seguro e que a lei e ordem perdura", afirmou.
O governante recordou que a Austrália tinha antecipado já uma presença a médio prazo em Timor-Leste ainda que "há apenas dois dias" a situação suscitasse alguns debates sobre se deveria haver uma redução de tropas australianas, dada a situação calma.
"Não queremos para já falar de um calendário. Há dois dias pensávamos que Timor-Leste estava calmo e estável e até podíamos pensar em retirar tropas. Agora decidimos não fazer isso. Teremos que reavaliar isso", afirmou.
Apesar da situação em Díli, manifestou-se esperançado que os ataques de domingo (segunda-feira, data local) tenham sido "um evento isolado" e que os rebeldes se possam agora "entregar", mantendo-se a calma "em Díli e no resto do país.
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