EXCLUSIVO:
algarvepressNEWS / AlgarvePress
Como noticiou “algarvepressNEWS”, na altura, o Auditório da Fundação Pedro Ruivo foi palco da estreia nacional da peça “A Separação”, com os conhecidos actores Heitor Lourenço e Helena Isabel, e encenação de Almeno Rodrigues. Na semana anterior tivemos também a peça “Querido Che” deste encenador.
Aproveitando a sua presença em Faro, efectuámos uma entrevista, em exclusivo com o categorizado actor/encenador:
Almeno José Fernandes Gonçalves, natural de Bucos, Cabeceiras de Basto, Braga, 48 anos de idade.
“Comecei muito novo na escola com alguns amigos a fazer um pouco de teatro” – confessou Almeno Gonçalves -, “depois na Universidade do Minho, também com um grupo de amigos, fundei o Teatro Universitário de Braga. Logo a seguir criámos um grupo de teatro amador (Teatro Independente de Braga). Como sempre quis fazer teatro na minha vida, em 1982 fui para a cena na Companhia de Teatro do Porto, onde me estreie na peça “Sem Dinheiro” de Tourgueniev.
De seguida e como tinha um curso de formação de actores fui para a Comuna para o curso de teatro, onde fui convidado pelo João Mota para integrar o elenco da Comuna (aliás era esse um dos objectivos desses cursos - não só de criar profissionais mas também o de criar actores para a companhia), e por lá fiquei 12 anos… e foi assim que tudo começou!
Depois estive na Cornucópia, no Teatro Aberto, no TEC (Teatro Experimental de Cascais) Teatro Nacional, etc..”
algarvepressNEWS - o que te deu mais gozo até hoje - actuar ou encenar?
Almeno Gonçalves - Confesso como encenador houve várias coisas que me deram muito gozo, como o caso deste último trabalho “A Separação”, lembro-me também de “O Amor de Dom Peripim”, enfim outros espectáculos vários que me deram bastante gozo.
Como actor – espero que o próximo que vou fazer… que não sei qual é, vai dar-me bastante gozo mas tenho na memória uma peça que fiz no Villaret “Eu sei que vou te amar” com a Ana Nave …
APN - planos futuros…
AG - Bom a partir de uma participação num tele-filme da TVI (Regicídio), brevemente, começarei também a gravar uma nova tele-novela, vou começar também com outro filme da TVI, e vou preparar um novo espectáculo de teatro comédia, (esse ainda no segredo dos deuses), no Teatro Mundial nos princípios de Março…
APN - Como vês o Auditório Pedro Ruivo ser palco de uma estreia nacional?
AG - É claro que tem algumas limitações o teatro, isto num ponto de vista técnico essencialmente, porque de resto tem um palco fantástico, uma boa acústica de uma sala extraordinária. Do ponto de vista técnico acho que podiam melhorar um bocadinho, mas dá perfeitamente para se fazer este espectáculo. Gostámos muito desta experiência – era um dos nossos objectivos -, descentralizar, estrear um espectáculo fora de Lisboa, até porque as pessoas têm de ter a noção de uma estreia e não só verem espectáculos já muito rodados, quando chegam a estas salas!
Fazer-se uma estreia e ter tido uma reacção tão boa deste magnífico público de Faro, foi muito bom para nós, até em termos de crescimento enquanto teatro. Depois também tem a ver com a nossa relação com a Fundação Pedro Ruivo e com a Maria de Jesus Bispo, porque quase todos os espectáculos que fazemos no Teatro Mundial trazemos a Faro, melhor dizendo à Fundação Pedro Ruivo.
APN - Ainda reportando à excelente peça (estreia nacional em Faro) “A Separação”, quisemos saber para onde seguirá…
AG – Seguirá para Braga no próximo fim-de-semana, e pelo país aos fins-de-semana, até finais de Maio. É nosso objectivo descentralizar o teatro…e fazermos tournées pelo país!
APN – Para quem não conhece o que é o Teatro Mundial?
AG – Há uma produtora que é a “Sola do Sapato” que gere o Teatro Mundial, da qual eu sou sócio e em determinada altura essa produtora com a Media Capital uniram-se e criaram um espaço – Teatro Mundial! Entretanto a Média Capital (por razões deles) saíram desta parceria e ficámos nós Sola do Sapato. Como se poderia dizer ficámos nós com a “pedra no sapato”…e pronto tem sido um esforço muito grande, há um ano e tal que estamos sozinhos mas a coisa tem corrido muito bem, e esperamos para além do esforço que nós fazemos – não temos qualquer subsídio -, nem do Ministério nem da Câmara o que é uma pena de facto, esperamos que as autoridades olhem para nós e nos ajudem no sentido de ser um incentivo válido para criarmos mais espectáculos.
Como sabes o Teatro Mundial era um antigo cinema (do mesmo nome) na Rua Martens Ferrão, em Lisboa, perto do Marquês de Pombal. É um espaço fantástico e bem localizado, em que criámos duas salas de espectáculo.
Por outro lado temos bastantes convites de autarquias, associações para actuarmos, mas sem subsídios dos responsáveis (neste caso o Ministério ou CM de Lisboa) financeiramente é impossível…
algarvepressNEWS deseja ao amigo Almeno Gonçalves a continuação de êxito, tanto como actor como encenador, não esquecendo de lembrar - que “volte sempre”… Esperamos e apoiamos permanentemente o bom teatro nacional, como é o caso das produções Teatro Mundial, na pessoa do Almeno e da sua equipa!
E já agora… um apelo às entidades responsáveis (!) – não esqueçam quem trabalha afincadamente em prol do teatro português, sem ajuda de qualquer tipo…
Entrevista/ fotos: J. Manuel Andrade / Osores
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