sábado, 16 de fevereiro de 2008

CGTP promete agravar a luta !


CGTP promete agravar a luta!

A CGTP encerrou hoje o seu XI Congresso com a promessa de «agravar a luta» contra as políticas laborais, sociais e económicas, caso o Governo persista nas políticas actuais.

À intensificação da ofensiva contra os trabalhadores só poderemos responder com mais acção e com intensificação, diversificação, conjugação e convergência da luta», disse o secretário-geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, no encerramento do Congresso.

O líder da Intersindical fez um balanço positivo do Congresso, subordinado ao tema «Emprego, Justa Distribuição da Riqueza, Mais Força aos Sindicatos», tendo em conta que «colocou a valorização do trabalho e do sindicalismo mais na agenda política».

As mais de quatro dezenas de intervenções que foram feitas durante os dois dias de congresso foram unânimes na defesa do reforço da luta sindical em prol dos direitos dos trabalhadores e dos direitos sociais dos portugueses.

Deste Congresso saiu a composição do novo Conselho Nacional da CGTP e o documento programático para os próximos quatro anos e uma Carta Reivindicativa que define 15 objectivos reivindicativos e que será entregue ao Governo e ao patronato.

Os quase mil delegados ao Congresso aprovaram ainda uma moção de «compromisso de luta», na qual lançam «um sério e forte aviso ao Governo e ao patronato, deixando claro que os trabalhadores irão recorrer a todas as formas de luta, não excluindo nenhuma, no sentido de afastar qualquer iniciativa que não revogue as normas gravosas do Código do Trabalho ou que corporize a concepção de flexigurança, contida no Livro Branco».

Foi aprovada também uma segunda resolução que assume o compromisso de aumentar o número de novas sindicalizações e o fortalecimento e rejuvenescimento da organização de base.

O Programa de Acção da CGTP para os próximos quatro anos, que foi aprovado na generalidade com 90 abstenções, foi a matéria que suscitou maior discussão e debate, tendo em conta que foram feitas algumas propostas de alteração, entre as quais a filiação da Inter na Confederação Sindical Internacional e o apoio crítico à União Europeia.

No documento, a CGTP assume que vai acompanhar a acção do movimento sindical internacional, que pretende aprofundar o relacionamento com todas as componentes deste movimento, mas confirma o seu estatuto de não filiação mundial.

A eleição do Conselho Nacional decorreu de forma pacífica, contrariando toda a especulação anterior ao Congresso relacionada com a elaboração da lista dos 147 nomes.

Este órgão, que teve uma renovação de um terço dos membros e permitiu a entrada de mais jovens e mulheres, foi eleito com 95,4% dos 857 votos expressos.

Do número total de delegados que participaram na eleição da lista única (Lista A), 818 votaram favoravelmente (95,4%) e 25 votaram em branco, o que corresponde a 2,9% dos votos expressos.

Foram ainda contabilizados 14 votos nulos (1,6%).

Este Conselho Nacional ficou ainda marcado pela saída de dois dirigentes históricos da CGTP - José Ernesto Cartaxo e Florival Lança - por terem mais de 60 anos, um dos critérios que esteve subjacente à elaboração da lista.

Além dos delegados ao Congresso, estiveram presentes na reunião magna da CGTP cerca de mil convidados, entre as quais várias personalidades sindicais e políticas, como os ex-presidentes da República Mário Soares e Jorge Sampaio.

Foram feitas 85 intervenções ao Congresso e 32 inscrições ficaram por fazer por falta de tempo.

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