Saúde: Protocolo entre Vila Real de Santo António e Cuba poupa dinheiro à autarquia
As viagens a Cuba para operações e exames médicos custam menos à autarquia de Vila Real de Santo António que recorrer ao sector privado português, segundo o presidente da Câmara, que assinou novo protocolo com o Estado latino-americano.
Depois de assinar um protocolo com o município de La Playa, que possibilitou desde Setembro operações às cataratas a 26 doentes carenciados algarvios, a autarquia assinou sexta-feira com o Ministério da Saúde cubano um compromisso semelhante.
Luís Gomes referiu hoje que os orçamentos fornecidos pelas clínicas portuguesas "demonstraram ser mais caros do que o preço suportado neste momento" com deslocações à ilha.
"Em causa estão operações a cataratas, exames médicos de diversas especialidades e ainda uma hospitalização de 15 dias", precisou o autarca à Lusa.
O novo protocolo coloca como prioritárias a resposta a problemas oftalmológicos, mas serão contempladas "todas as outras áreas de saúde, aferindo a sua pertinência, e sempre que não haja respostas claras" a nível nacional.
"No caso das cataratas não existiam essas respostas e as pessoas esperavam quatro ou seis anos por uma operação", lembrou o autarca, citando a reabilitação neurológica ou física como outras áreas que poderão levar doentes de Vila Real de Santo António a Cuba.
Em meados de Dezembro, o Ministério da Saúde português determinou a criação de um grupo de análise sobre o funcionamento da área da oftalmologia, cuja "situação actual das listas de espera para consultas e cirurgias, sobretudo, em primeira consulta, é incompatível com um aceitável serviço público".
O grupo deverá entregar no próximo dia 20 um relatório sobre os actuais recursos humanos e materiais do sector.
Face a esta determinação e lembrando ainda a recente contratação de oftalmologistas espanhóis pelo hospital de Barreiro, o autarca Luís Gomes manifestou a sua satisfação por as iniciativas do seu município poderem "servir para repensar completamente o modelo e a qualidade das respostas dadas pelo Estado".
"Se perceber que a população de Vila Real de Santo António contribuiu para haver respostas efectivas no nosso país a esse nível, ficarei extremamente feliz. Assim, não teremos que recorrer ao protocolo (com Cuba), que se inscreve em situações claras de falta de respostas para situações de cegueira reversível", acrescentou à Lusa.
Sem estimativas sobre quantos doentes poderão beneficiar deste protocolo e "na ausência de respostas internas", o autarca prometeu que até ao final do seu mandato "uma parte significativa da população ficará com a situação resolvida em relação a cataratas".
No total daquele município, segundo Luís Gomes, há 700 a 800 pessoas com problemas oftalmológicos, das quais 200 com problemas de cataratas.
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