sábado, 2 de fevereiro de 2008

Jornalista do Público em Chade


Portuguesa está na capital do Chade, tomada por rebeldes

Uma cidadã portuguesa, jornalista do diário Público, encontra-se na capital do Chade, tomada hoje por forças rebeldes, tendo o jornal informado o Governo, disse à agência Lusa fonte do Público.

«A jornalista está bem, no Liceu Francês de N´Djamena, e o Público tinha que informar o Governo.
Foi o que fizemos», disse o editor da secção Internacional do jornal, Miguel Gaspar.

A jornalista Sofia Lorena chegou quarta-feira à capital do Chade para acompanhar uma viagem da organização Oxfam aos campos de refugiados no país, adiantou Miguel Gaspar.

O jornal informou o governo para que a jornalista tivesse «apoio diplomático», acreditando os responsáveis do diário que Sofia Lorena poderá sair do país com ajuda das autoridades francesas.
A França, antiga potência colonial, tem cerca de 1.500 nacionais no Chade, 85 por cento dos quais em N´Djamena.

O estado-maior das forças armadas em Paris anunciou à agência noticiosa francesa AFP que estão a ser tomadas medidas para permitir que a partir de hoje à tarde possam ser retirados franceses e outros cidadãos ocidentais do Chade.

«Estamos a tomar medidas para que aqueles que queiram deixar o Chade o possam fazer, mas para isso é necessário primeiro transportá-los sob protecção dos locais onde se encontram para o aeroporto», precisou o capitão Christophe Prazuck, do estado-maior.

«Cerca de 700 cidadãos ocidentais estão reagrupados em três pontos seguros pelos militares franceses em N´Djamena», indicou.

Os cidadãos retirados serão transportados para Libreville (Gabão).

O gabinete do secretário de Estado das Comunidades, António Braga, que sexta-feira desaconselhou os portugueses a viajarem para o Chade, devido ao aumento da actividade rebelde e à crescente insegurança na região, informou a Lusa no mesmo dia não haver «conhecimento da presença de portugueses» no país.

«Houve uma empresa de construção civil portuguesa que teve lá funcionários há pouco tempo, mas neste momento, cessada a obra, todos os cidadãos portugueses que lá havia já regressaram», afirmou o governante.

De acordo com António Braga, «que o governo saiba, não há portugueses no Chade».
Segundo uma fonte militar em N´Djamena, rebeles chadianos tomaram hoje o controlo da capital após mais de três horas de confrontos com as tropas governamentais, mas aparentemente o presidente Idriss Deby Itno continua na presidência.

Os rebeldes, que de acordo com N´Djamena são apoiados pelo governo do Sudão, progrediram para a capital a partir das regiões do leste do país, onde já controlam cinco grandes províncias.
Os insurrectos estão integrados no chamado Comando Militar Unificado (CMU), uma aliança de vários grupos de guerrilha, entre as quais a FPCh, que reivindica uma melhor divisão do poder no país.

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