Defesa:
Ministro reconhece dificuldade da Força Aérea em impedir saída de pilotos para companhias de aviação
O ministro da Defesa, Luís Severiano Teixeira, reconheceu hoje, no Porto, a dificuldade da Força Aérea em manter os pilotos nos seus quadros, face à pressão dos salários elevados oferecidos pelas companhias aéreas civis.
"É um problema que se mantém há muitos anos e para o qual não há uma resposta simples", disse o ministro, que falou durante um debate com Paulo Portas sobre Defesa Nacional no âmbito do colóquio "Portugal - Sim ou Não", promovido pela Fundação de Serralves.
No debate, realizado quinta-feira à noite na Fundação de Serralves, o ministro da Defesa sublinhou que se trata de "um problema que não se passa só com a Força Aérea Portuguesa (FAP)", uma vez que é sentido por muitas forças aéreas na Europa e fora da Europa.
"O Estado faz um grande investimento na formação de pilotos e a medida já tomada de aumentar o período mínimo de permanência na Força Aérea de oito para 12 anos tem por objectivo proteger esse investimento", disse o ministro.
Nuno Severiano Teixeira referiu que "para já, a única consequência que essa medida teve foi que as companhias aumentaram a idade de recrutamento dos pilotos", uma vez que eles passaram a ficar disponíveis quatro anos mais tarde.
Ou seja, a saída dos pilotos foi adiada por quatro anos, mas o abandono da Força Aérea em proveito das companhias civis manteve-se.
O ministro acrescentou que os diferentes países europeus têm ensaiado medidas de vários tipos para atalhar a "sangria" de pilotos para as companhias civis, pelo que o Ministério da Defesa Nacional está atento aos resultados de forma poder aplicar aquelas que mais eficazes se revelarem em Portugal, de forma a reter os pilotos na FAP.
Paulo Portas referiu que procurou enfrentar o problema enquanto foi ministro (2002 a 2004), mas admitiu que "a questão não tem uma solução simples, porque a competitividade das companhias civis é muito forte".
"A aviação civil continua a crescer e as companhias estão dispostas a pagar bem por pilotos bem treinados e muito experimentados", disse Paulo Portas.
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