Educação/Marcha: 100 mil professores, segundo sindicatos, exigiram demissão da ministra
Os 100 mil professores que, segundo os sindicatos, participaram hoje na "Marcha da Indignação" exigiram a demissão da ministra da Educação, a renegociação do Estatuto da Carreira Docente e a suspensão do processo de avaliação de desempenho.
A agência Lusa não conseguiu confirmar junto da polícia este número avançado pelos sindicatos. O último dado validado pela PSP, pelo superintendente Guedes da Silva, apontava para uma adesão superior a 85 mil pessoas.
A confirmar-se o número da organização, participaram na marcha 70 por cento dos docentes, o que representa mais de dois terços da classe profissional.
Numa resolução aprovada por aclamação e unanimidade no plenário de professores na Praça do Comércio, em Lisboa, os docentes afirmam que "se esgotaram todas as vias do diálogo e negociação possíveis".
"Os professores e educadores portugueses reafirmam a sua profunda indignação face ao desrespeito e desconsideração que têm sido manifestados pelo actual Governo, em especial pelos membros da equipa do Ministério da Educação, equipa que deixou de reunir condições para se manter em funções", refere a resolução.
Para garantir "a serenidade indispensável para que o ano lectivo termine sem perturbações mais graves do que as já existentes" os docentes exigem ao Ministério da Educação a suspensão do processo de avaliação de desempenho até final do ano lectivo e a não aplicação ás escolas "de qualquer procedimento que decorra do Regime de Gestão Escolar", recentemente aprovado em Conselho de Ministros.
Por outro lado, os professores exigem a renegociação do ECD, nomeadamente no que toca ao regime de avaliação e a divisão da carreira em duas categorias, professor e professor titular.
Os docentes querem ainda negociar as normas sobre a organização do próximo ano lectivo, exigindo horários de trabalho "pedagogicamente adequados e compatíveis com as funções docentes".
Querem ainda ver garantido que nenhum professor será remetido para a mobilidade especial, independentemente da sua situação profissional, incluindo casos de doença que inviabilizem a actividade lectiva.
"Estas propostas são a posição dos professores e não apenas dos sindicalistas. Está aqui uma maioria qualificada de dois terços de docentes, por isso...", comentou Mário Nogueira.
Depois de aprovada esta resolução, os milhares de docentes presentes na Praça do Comércio cantaram em uníssono "está na hora, está na hora de a ministra ir embora".
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