TAVIRA: Fotógrafos resistiram ao mau tempo ...
A paixão tem destas coisas. Nem o tempo farrusco e as gotas de chuva que persistiam em cair sábado na região de Tavira desmotivaram 30 heróicos fotógrafos, no seu primeiro passeio por aquelas bandas.
O I Passeio Fotográfico ALFA foi um êxito.
O tempo não ajudou e até estragou a manhã deste I Passeio Fotográfico ALFA, passada no centro de Tavira, mas a fotografia é uma paixão e a verdade é que nenhum dos 30 fotógrafos desistiu à última hora, perante as dificuldades do aguaceiro.
Logo pela manhã, os membros da única associação regional de fotógrafos – amadores e profissionais – do Algarve foram recebidos pelo presidente da Câmara de Tavira, Macário Correia, de quem ouviram palavras de estímulo e também a frase do dia: “Se uma foto vale mil palavras, então um fotojornalista vale mil jornalistas”, jurou o autarca.
Macário Correia recebeu das mãos do presidente da associação, Jovino Batista, um historial da associação, fundada a 7 de Março passado em Loulé e que neste curto período de existência já fez o seu primeiro curso de iniciação à fotografia, a sua primeira mostra fotográfica e se prepara, no próximo fim-de-semana, para uma batida fotográfica, a que se seguirá nova exposição.
A associação, com cerca de 50 associados, prepara agora a apresentação pública do seu sítio na Internet (http://www.alfa.pt/) para 13 de Maio, na Biblioteca Ramos Rosa, em Faro, mas por enquanto vai comunicando com os associados e o mundo através do blogue http://alfafotografia.blogspot.com/ .
Após os Paços do Concelho, os associados e amigos da ALFA esperaram uma aberta na chuva persistente da manhã e atreveram-se à câmara obscura de Tavira, situada no antigo depósito da água, onde espreitaram a vida quotidiana de uma cidade que se dividia entre o sol e a sombra, a bonança e o aguaceiro.
O astrónomo Clive Jackson, 52 anos, que ali instalou a câmara em meados de 2004, explicou que, na prática, as câmaras obscuras – famosas na Inglaterra vitoriana, mas provavelmente descobertas pelos chineses no século V Antes de Cristo e já em voga no apogeu do domínio árabe – fazem parte da História da fotografia com a qual partilham do mesmo princípio: uma lente e uma superfície que recolhe a luz.
Depois de uma curta visita ao Pego do Inferno, onde bateram umas “chapas”, os associados rumaram a Cachopo, onde almoçaram num restaurante típico local.
Uma ida ao centro de formação de tecelagem “A Lançadeira”, criado há 21 anos com promessas de revitalização da vida económica e social de Cachopo, foi o passo seguinte dos membros da ALFA, que ali fizeram o gosto ao dedo, registando o trabalho da tecedeira Maria José Campos, 48 anos, que com a sua colega Salomé diariamente castiga os velhos teares, de onde saem autênticas obras de arte em linho.
Uma incursão num velho moinho recentemente renovado em Cachopo foi o passo final do passeio, a que se atreveu gente de todos as idades – dos 10 aos 70 anos – e proveniências sociais, com uma única paixão comum: a fotografia.
João Prudêncio
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