Tropas israelitas entram na Faixa de Gaza
As forças terrestres israelitas entraram esta noite na Faixa de Gaza. Regista-se uma intensa troca de fogo na zona norte do território. Fontes militares judaicas confirmam que «está em marcha a segunda fase da operação» contra o Hamas. A operação vai durar «muitos dias», adiantam
Segundo a Associated Press e a imprensa israelita, as tropas atravessaram a fronteira de Gaza cerca das 18h de Lisboa. Fontes militares confirmam que «está em marcha a segunda fase da operação» contra o Hamas.
«O objectivo é destruir a infraestrutura terrorista do Hamas», declarou ao jornal Haaretz a major Avital Leibovitch, porta-voz das forças armadas.
«Vamos ocupar algumas das áreas usadas pelo Hamas no lançamento dos seus rockets», afirmou, adiantando que a operação pode durar «muitos dias», sem precisar quantos.
'Desejamos a paz'
«Não desejamos a guerra, mas não podemos permitir que civis israelitas continuem permanentemente sob ameaça do terrorismo», declarou esta noite o ministro da Defesa Ehud Barak.
«Desejamos a paz, aguentamos esta ameaça durante muitos anos, mas chegou o tempo de proteger aquilo a que qualquer cidadão do mundo tem direito, a sua segurança», disse Barak.
Um comunicado das forças israelitas sublinha que o seu alvo é o Hamas, e não a população palestiniana. O exército remete mais informações para um balanço a ser feito no domingo, impondo até lá um rigoroso controlo noticioso.
Hamas alerta para 'armadilha'
Um outro comunicado, desta feita do Hamas, alerta que «Israel vai pagar um preço elevado» pela operação terrestre, enquanto uma fonte do movimento garante que já foram abatidos «vários» soldados israelitas.
Um SMS enviado por fonte das Brigadas Al-Qassam (braço militar do Hamas) anuncia que «os sionistas aproximam-se da armadilha que os nossos guerreiros prepararam».
Estima-se em cerca de 15 mil o número de combatentes prontos a enfrentar as forças israelitas em Gaza, e especula-se sobre a possibilidade do Hezbollah, no Líbano, lançar uma nova campanha de rockets em solidariedade para com o Hamas.
Milhares de reservistas chamados
Um vasto número de elementos da infantaria israelita, da artilharia e serviços secretos, todos munidos com óculos de visão nocturna, entrou no território cerca das 18h de Lisboa, apoiado pela força aérea e a marinha. Um grande número de tanques também entrou na faixa.
As forças armadas estão a chamar dezenas milhares de reservistas, adianta o gabinete do ainda primeiro-ministro israelita Ehud Olmert.
O Canal 10 israelita indica ainda que estão a ser disparados tiros de artilharia ao longo de toda a fronteira para detonar os explosivos e as minas deixadas pelos militantes do Hamas.
Tiros de artilharia antecederam, durante a tarde de sábado, a invasão terrestre. A cúpula máxima do Hamas encontra-se incontactável. A Cidade de Gaza, onde vivem cerca de um milhão de pessoas, está às escuras.
Vítimas civis a norte de Gaza
Em Beit Lahiya, na zona norte da Faixa de Gaza, há notícia de várias vítimas civis, às quais as equipas de emergência não conseguem chegar devido à troca de tiros entre elementos do Hamas e tropas israelitas.
Nesta mesma localidade, pelo menos 13 pessoas morreram este sábado após um ataque aéreo.
No outro lado da fronteira, a protecção civil israelita recomendou às populações mais próximas de Gaza que se preparem para ficar em abrigos durante 48 horas.
Semana de bombardeamento
A operação militar em curso representa o culminar de uma semana de intenso bombardeamento por parte da aviação israelita a alvos do movimento islamita Hamas, acusado de disparar centenas de rockets contra zonas habitacionais judaicas.
A comunidade internacional tem apelado à contenção das duas partes e condenado tanto os disparos do Hamas como a forte resposta militar israelita, que já vitimou mortalmente mais de 400 palestinianos. Teme-se que pelo menos um quarto do número total de vítimas sejam civis.
Protestos em todo o mundo
A invasão da Faixa de Gaza acontece a seis semanas das eleições legislativas em Israel, onde este sábado decorreram manifestações de apoio mas também de protesto contra a guerra.
Um pouco por todo o mundo, o cenário repetiu-se, mas com uma prevalência para manifestações contra a operação militar. Milhares de pessoas protestaram em cidades como Nova Iorque, Londres e também Paris, onde se registaram confrontos, detenções e a destruição de veículos.
(SOL com agências)
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